Movimento sindical e sociedade civil organizada protestam contra enfraquecimento do Ministério do Trabalho
O Fórum Goiano contra as Reformas Previdenciária e Trabalhista organizou, na manhã desta segunda-feira, 26 de novembro, ato em defesa do Sistema Único de Saúde, contra a Reforma da Previdência e pelo fortalecimento do Ministério do Trabalho. O Sintsep-GO foi um dos coordenadores da atividade, que contou com a participação do SintIFESgo, Sinpro/GO, Adufg, Sintfesp GO/TO, Cress/GO, Sintef, MST, MCP, UNE, UEE, UNEGRO, e das centrais CUT-GO e CTB-GO.
Num primeiro momento, os sindicalistas se concentraram em frente ao Ministério do Trabalho, onde proferiram palavras de ordem contra a tentativa de fechamento do órgão por parte do presidente eleito, Jair Bolsonaro. “O Ministério do Trabalho, junto com o Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho, são os responsáveis por garantir a efetividade e o cumprimento dos direitos e das políticas trabalhistas. A reforma trabalhista deu um grande golpe na Justiça do Trabalho e, agora, o presidente eleito tenta ampliar a precarização desses direitos, atingindo o Ministério do Trabalho. Nós não vamos permitir mais esse golpe contra a classe trabalhadora brasileira”, afirmou o presidente do Sintsep-GO, Ademar Rodrigues.
Vice-presidente do Sintsep-GO e servidor do Ministério do Trabalho, José Roberto, conclamou aos servidores do órgão que participassem da atividade. “Essa casa, que também é minha, se orgulha de lutar contra o trabalho escravo no Brasil; mas, nesse momento, seus servidores estão se submetendo à escravidão do novo governo, que tinha a intenção de acabar com este ministério e só voltou atrás em função da pressão popular”, desabafou.
Após uma corrente simbólica, em frente ao Ministério, em meio a gritos de “ninguém larga a mão de ninguém”, servidores, sindicalistas e integrantes dos movimentos sociais desceram a Avenida Araguaia até a agência do INSS, na Avenida Goiás, entre as ruas 2 e 3. A direção da agência chegou a fechar a agência, para que os servidores não conversassem com a população que estava sendo atendida.
“Este é um órgão público e não pode ser fechado por ninguém. Não estamos aqui para destruir nada, pelo contrário, estamos aqui para manter o patrimônio da população brasileira, que é o INSS, funcionando, para todos. Estamos aqui por Seguridade Social e aposentadoria digna, por saúde pública gratuita e de qualidade, por direitos trabalhistas respeitados e pela revogação das reformas que nos tiraram vários direitos”, afirmou uma das dirigentes do Sintfesp e também servidora do INSS.
O ato, que ocorreu em Goiânia e em todas as capitais brasileiras, chamou a atenção da população, especialmente dos transeuntes, que se interessaram pela pauta dos trabalhadores. Várias pessoas que buscavam o INSS para agendamento de perícias e de aposentadorias quiseram entender como as reformas propostas por Jair Bolsonaro poderia afetá-los.
“A resposta é simples. Vão colocar a previdência para ser administrada por banqueiros e fundos de pensão, igual aconteceu no Chile. Ou seja, caso o sistema financeiro sofra perdas, ou os fundos de pensão não sejam idôneos, todo o dinheiro dos trabalhadores poderá ser colocado em risco, já que o governo não vai se responsabilizar pela administração dos fundos. Será como entregar o galinheiro para as raposas tomarem conta. Nós queremos a previdência pública, direitos trabalhistas, carteira assinada, aposentadoria digna, financiamento para o SUS, ou seja, que a riqueza do Brasil, os impostos pagos, sejam revertidos para os trabalhadores brasileiros”, explicou o dirigente do Sindsaúde/GO, Ricardo Manzi.
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