R$ 1,5 bi: Servidores questionam em protestos valor ‘reservado’ à categoria no orçamento
Em nota unificada à imprensa, bancada sindical manifestou indignação com falta de proposta de reajuste do governo. Em audiência pública na Comissão de Orçamento com presença da ministra Tebet, categoria questionou: ‘cadê o servidor no orçamento?’
A quarta-feira, 30/8, foi marcada por atos de servidores federais na Esplanada dos Ministérios e no Congresso Nacional. De manhã, a categoria responde em protesto ao resultado da reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), que ocorreu no dia 29/8, onde o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) informou que o governo tem apenas R$ 1,5 bilhão no orçamento da União em 2024 para todas as demandas do funcionalismo, incluindo aumento salarial, benefícios, reestruturação de carreiras.
“Na prática, infelizmente, não existe possibilidade de discutir recomposição neste cenário”, pontuou Pedro Armengol, diretor da Executiva Nacional da CUT e da Condsef/Fenadsef. No universo de 1,2 milhão de servidores, entre ativos, aposentados e pensionistas, com esse aporte apresentado pelo governo uma proposta de recomposição não chegaria nem a 1%. “Sem mobilização essa realidade não será alterada”, adiantou Armengol.
À tarde, representantes do Fonasefe estiveram na Comissão Mista de Orçamento durante audiência pública sobre a LDO/2024. Os servidores aproveitaram a presença da ministra do Planejamento, Simone Tebet, para questionar a falta de orçamento destinado às pautas de valorização dos trabalhadores públicos. “Ministra do Planejamento, cadê o servidor no orçamento?”, questionaram em protesto.
“Levando em consideração que apareceram R$ 300 bilhões para a turma do agronegócio e para nós gorjeta? Não é possível. Nós lutamos muito para mudar o cenário político brasileiro, mas as políticas públicas não irão avançar com essa proposta apresentada hoje”, destacou o secretário-geral. “Devemos ficar atentos e vamos construir um calendário de mobilização. O momento é de mobilizar para disputar o orçamento”, defendeu.
Greve não é descartada na luta por orçamento justo
Em nota unificada à imprensa, a bancada sindical, representada pelas Centrais, Fonasefe e Fonacate, manifestou indignação com falta de proposta de reajuste do governo. A bancada ressalta que o valor de R$ 1,5bi é considerado insuficiente para suprir a demanda de recomposição salarial necessária para cobrir as perdas inflacionárias enfrentadas pelo funcionalismo público. Além disso, gera preocupação a falta de prioridade dada também às pautas não remuneratórias. “Está na hora de irmos para as ruas pressionar, cobrar parlamentares e denunciar à sociedade em geral. Se preciso for, iremos construir a greve geral do funcionalismo público federal e resgatar a dignidade”, destaca o documento. Acesse a íntegra aqui.
Nessa sexta-feira, 1º de setembro, o Fonasefe deve se reunir para discutir um calendário de mobilização em torno da luta por orçamento justo. A Condsef/Fenadsef deve agendar em seguida uma plenária nacional de sua base, que representa 80% dos servidores do Executivo, para debater ações em torno da defesa de aporte orçamentário maior para investimento no funcionalismo.
Com informações da Condsef/Fenadsef
Foto: Scarlett Rocha/ Imprensa Sinasefe