Nessa terça-feira, 9 de julho de 2024, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) completou seus 54 anos de existência. Na superintendência do Incra em Goiás, os servidores reunidos na porta da autarquia, com bolos, salgadinhos e refrigerante se reuniram para “comemorar” também uma outra constatação: a pior carreira do serviço público federal.

Por isso a comemoração teve bolo preto e roupas prestas… teve até caixão e vela preta! É que a categoria não aguenta mais! A pergunta que não quer calar é: como é que um setor tão importante para a política agrária nacional, que mata a fome das pessoas por meio da agriculta familiar e dos assentamentos de reforma agrária, que realiza trabalhos de regularização fundiária no Brasil — país que tem a terra como um de seus bens mais preciosos — não é valorizado como outros órgãos que realizam trabalhos tão importantes quanto?

Neste ano, o governo Lula fechou acordos com setores importantes da segurança pública, com a Funai que, merecidamente, faz um trabalho que deve ser reconhecido; os companheiros do Ibama e ICMBio, embora estejam na luta por reestruturação de suas carreiras, já possuem uma carreira atual com muito melhores condições que aquelas relacionadas ao Incra e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

A pergunta que não quer calar é: qual é o motivo da discriminação? Por que alguns servidores valem mais e outros menos, na conta do governo, sobretudo quando realizam trabalhos tão complementares entre si? Como dizem Chico e Caetano: 

“Mesmo com o nada feito
Com a sala escura
Com um nó no peito
Com a cara dura
Não tem mais jeito
A gente não tem cura…”

Não adianta! Os servidores das carreiras agrárias se cansaram de “tocar em frente e não reclamar”. E agora, exigem tratamento isonômico e respeitoso do governo, até às últimas consequências, conforme o cordel escrito por um servidor anônimo da autarquia (clique aqui para acessar).