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Mulheres são responsáveis pela queda na idade dos servidores federais e pela melhor formação, apesar de continuarem em menor número nos ministérios. População reclama do atendimento, e funcionários se queixam do salário

Os servidores estão mais jovens e escolarizados, mas as desigualdades continuam no serviço público federal. A presidente Dilma, primeira mulher a ocupar o Palácio do Planalto, não foi capaz de elevar a presença feminina na Esplanada, uma de suas promessas de campanha. Até o fim do ano passado, dos quase 600 mil servidores ativos, apenas 263 mil eram mulheres, 46%. Em apenas seis ministérios elas eram maioria: Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (60%), Saúde (58%), Previdência Social (55%), Turismo (54%) e Cultura (51%), segundo pesquisa da Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Mesmo em quantidade reduzida, foram elas que derrubaram a idade média dos servidores.

Em 2005, de acordo com o Ministério do Planejamento, a idade média total entre os ativos era de 46 anos (resultado de 46 anos entre os homens e 45 anos entre as mulheres). Em 2015, caiu para 45 anos, porque o público feminino entrou mais jovem e baixou a média específica para 44 anos (o masculino se manteve). Outro dado oficial interessante é o de que não há mais analfabetos no serviço público. Há 10 anos, havia 34 analfabetos, 8.141 alfabetizados em cursos regulares e 32.196 com ensino fundamental incompleto. Hoje, o nível de escolaridade começa no ensino básico (30.182 pessoas). Apesar dos resultados favoráveis ao longo da gestão petista, a presidente vem perdendo o apoio do funcionalismo.

Embate
No Dia do Servidor Público, comemorado hoje, há pouco a festejar, destacam os trabalhadores que, insatisfeitos, travam um embate com o Executivo por reposição das perdas inflacionárias e valorização de carreira, entre outras pautas históricas. Várias categorias estão em greve. Cresce a cada dia o número de manifestações e atos de protesto. “As coisas não saíram como esperávamos. Continuaremos atentos para não perder direitos. Mas também não podemos dizer que não houve avanços, embora insuficientes. Conseguimos um espaço de diálogo e algumas concessões que antes sequer eram cogitadas”, lembrou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).

Fonte: Correio Braziliense – 28/10 (por Vera Batista e Mariana Areias)