marcha na esplanada dos ministerios
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Foram nove �nibus e sete vans, mais de 600 pessoas. Esse foi o
quantitativo de trabalhadores – anistiados, aposentados, servidores – que o Sintsep/GO levou à Brasília, nos dias 25 e 26 de março, para participarem das
manifestações, em nível nacional, junto à Condsef, sindicatos estaduais, CUT, CNTSS e inúmeras outras entidades que se juntaram à luta dos trabalhadores.
Durante os dois dias, foram duas atividades distintas. A primeira, do dia 25, girou em torno dos servidores da Funasa, que reivindicavam a implantação da Gratificação
Especial de Atividade de Combate e Controle de Endemias (GACEN), em lugar da Indenização de Campo. Participaram cerca de dois mil servidores, quase 500 só de Goiás.
“Nesta questão, fomos bem sucedidos. Trouxemos de Brasília a minuta de criação da GACEN da mesa da presidência da Funasa, literalmente”, comemorou o presidente do
Sintsep/GO, Ademar Rodrigues. “Ainda mais porque o Sintsep/GO foi praticamente o pai da idéia. Nós é que propusemos a realização desta atividade, do dia 25, durante a
reunião do Conselho de Entidades da Condsef”, lembrou.
Além disso, durante o ato, os trabalhadores reivindicaram também a inclusão de todos os servidores na respectiva gratificação. “Infelizmente, cerca de cinco mil
servidores – em todo o Brasil – ficaram fora. Ela veio apenas para agentes e guardas. No entanto, nós já marcamos para o dia 08 de abril, em Brasília, uma audiência no
Ministério da Saúde para a inclusão desses trabalhadores, e para tratar de outros assuntos, como plano de carreira, auxílio-alimentação, etc. Audiência esta que foi
marcada diretamente com um assessor do ministro Temporão”, afirmou o sindicalista.
Representantes de 20 estados participaram da atividade que reabriu as negociações com a Funasa, especialmente no tocante aos estados de Goiás, Maranhão, Tocantins,
Amazonas e Bahia. “Em todos eles, os trabalhadores tiveram a indenização cortada desde o mês passado”, disse Ademar.
O presidente do Sintsep/GO foi ainda um dos responsáveis por passar a todos os trabalhadores o resultado de uma reunião entre o Chefe de Recursos Humanos da
Presidência da Funasa, Adalberto Fulgêncio e o coordenador do órgão em Goiás, Rui Gomide, ocorrida na manhã do dia 26. “Juntamente com companheiros do Sindsep/PA, da
Condsef, da CNTSS, CUT e várias outras entidades, tivemos a oportunidade de repassar a todos as linhas gerais do que será a futura GACEN, que terá o valor de R$ 590,00”, contou.
Ademar, apesar de otimista com o caminho das negociações, advertiu. “Precisamos continuar mobilizados. O que vai garantir que os acordos realmente sejam cumpridos e
que obtenhamos vitórias em outras bandeiras de luta – que são chaves – como a paridade, o retorno da data-base, a implantação das mesas de negociação e o direito de
greve, será a nossa união”.
SEGURIDADE E PGPE – Outra boa notícia trazida pelo sindicalista foi a assinatura do acordo entre o governo e os trabalhadores da carreira da Seguridade Social e do
PGPE. “Conseguimos que eles fossem assinados ainda na noite do dia 25”, informou o sindicalista.
Marcha pela Esplanada
Grande parte da caravana do Sintsep/GO, que chegou a Brasília no dia 25, dormiu na Capital, para participar da grande marcha do dia 26. Mais de cinco mil
trabalhadores, de 22 estados do Brasil, tomaram conta da Esplanada dos Ministérios, reivindicando do governo Lula o cumprimento de bandeiras históricas.
Após concentração em frente à Catedral de Brasília, os trabalhadores pararam temporariamente a marcha em frente ao Ministério do Planejamento, onde pronunciaram falas
em defesa de bandeiras trabalhistas como paridade, data-base, mesa de negociação, redução da jornada de trabalho e direito de greve.
A atividade seguiu da Esplanada para o Congresso Nacional, e deu seu recado. Os servidores mostraram que, apesar de algumas categorias terem conquistado pequenos
avanços e garantido reestruturação de tabelas salariais com reajustes escalonados, outros acordos ainda precisam ser garantidos e muitas reivindicações seguem na ordem
do dia. Com excelente participação, os aposentados da base da Condsef foram destaque e também mostraram ao governo que não estão dispostos a engolir a quebra da
paridade.
No Congresso, centenas de servidores acompanharam o lançamento da campanha em defesa da aprovação das Convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) que tratam da regulamentação da negociação coletiva e devesa da estabilidade no setor público. A Condsef deve promover ações para destacar a importância da
aprovação dessas convenções internacionais.
Audiência Pública
A atividade foi finalizada com uma Audiência Pública no auditório Nereu Ramos que, segundo Ademar, foi importante para defender agilidade na votação da Medida
Provisória (MP) que deve seguir para o Congresso até o final deste mês. Muitos parlamentares foram ao auditório manifestar apoio às pautas de interesse dos servidores
públicos. Vários deputados lembraram dos projetos que tramitam na Câmara e no Senado e que põe em risco direitos dos servidores públicos. Entre os exemplos foram
citados os projetos que defendem limitações ao direito de greve, ameaçam a estabilidade dos servidores e propõe a criação da Previdência Complementar para o setor
público.
Além da CUT e Condsef, participaram das atividades desta quinta a CNTSS, Fasubra Sindical, Proifes, CNTE, Fenajufe, Unacom, Unafisco Sindical, Sinal, Sinait e
Sinasempu.
Plenária da Condsef
Ao final da Audiência Pública, o Sintsep/GO realizou ainda assembléia com os servidores de Goiás presentes no ato. Foram retirados nove delegados e um observador, que
participaram da Plenária da Condsef, na manhã do dia 27. Entre as propostas da delegação goiana, acatadas em nível nacional, estão:
-A criação de uma comissão para formular uma proposta técnica de inclusão dos servidores da Funasa não contemplados com a GACEN;
-Realização de encontro nacional dos Aposentados, com ato específico em prol da paridade;
-Realização de Assembléias, em todos os estados, com servidores da Funasa que ficaram fora da GACEN para que se mantenham mobilizados.