Governo pretende acabar com isenção de impostos sobre cesta básica
Reforma Tributária de Bolsonaro vai acabar com isenção de impostos da cesta básica, conquista dos trabalhadores brasileiros garantida no governo de Dilma Rousseff (PT), em 2013
“ir à Brasília no dia 30 de outubro, protestar contra as reformas de Bolsonaro é fundamental”, afirma presidente do Sintsep-GO, Ademar Rodrigues
Tudo o que foi feito no Brasil para beneficiar a classe trabalhadora, nas últimas décadas, está por um fio. Após o golpe parlamentar de 2016 que retirou Dilma Rousseff, com a ascensão de Jair Bolsonaro (PSL) ao poder os ataques se multiplicaram. Todas as reformas anunciadas visam beneficiar empresários e promover o desmonte dos serviços públicos. Foi assim com a reforma trabalhista, está sendo assim com a reforma da Previdência, será assim com as reformas administrativa e tributária.
A proposta de reforma tributária deveria servir para retirar tributos dos mais pobres e aumentar o tributo para os mais ricos. Mas o que está sendo proposto é exatamente o contrário. A proposta de reforma Tributária da Câmara dos Deputados poderá acabar com as isenções de impostos dos 13 alimentos que compõem a cesta básica: arroz, feijão, carne, leite, farinha, batata, tomate, pão, café, açúcar, óleo, manteiga e banana.
E os parlamentares de partidos de direita têm uma atuação importante na retirada do direito dos trabalhadores. A articulação entre Executivo e Legislativo permite que as propostas do governo sejam aprovadas, mediante a liberação de milhões de reais em emendas parlamentares, e que os projetos dos deputados e senadores de direita recebam o apoio governamental. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 45/2019, nome oficial da reforma Tributária, foi apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP).
Segundo a supervisora da área de preços do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que analisa o Índice de Custo de Vida (IVC), Patrícia Costa, a aprovação da reforma poderá impactar em reajustes ainda maiores do que os índices das desonerações, que variam de 9,25% (alimentos) a 12,50% (higiene pessoal).
O peso da alimentação para as famílias de baixa renda é de 35% do orçamento e o salário mínimo ideal, pelos cálculos do Dieese, é de R$ 3.980,82, quase quatro vezes o valor do mínimo vigente.
A isenção dos impostos da cesta básica foi uma conquista dos trabalhadores brasileiros garantida no governo de Dilma Rousseff (PT), em 2013. Naquela ocasião, se reduziu a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), incidentes sobre as receitas com vendas dos produtos de alimentação e higiene pessoal da cesta.
“Infelizmente, o que nós estamos vendo é um conluio entre Executivo, Legislativo e Judiciário, contra o povo brasileiro, de uma forma nunca vista antes nesse país. A ascensão de Bolsonaro fez com que a direita perdesse todos o escrúpulo e, aquilo que era feito na surdina, hoje se faz às claras. Tudo o que vem do governo e passa pelo Congresso visa apenas uma coisa: favorecer os mais ricos, os empresários, e empobrecer os mais pobres, retirando direitos, possibilidade de renda e até mesmo a dignidade do trabalho decente. A tarefa primordial do movimento sindical não é apenas tirar Bolsonaro, mas toda essa corja que, junto com ele, quer escravizar a classe trabalhadora brasileira, em todos os aspectos”, afirma o presidente do Sintsep-GO, Ademar Rodrigues.
“Neste sentido, ir à Brasília no dia 30 de outubro, protestar contra as reformas de Bolsonaro é fundamental”, complementa o presidente.
Sintsep-GO com informações do Sindsep-PE