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A notícia de que o Governo Federal não vai levar adiante a implantação do

Plano de Carreira e Cargos Indigenista (PCCIn) dos servidores da Funai caiu como uma bomba no Sintsep/GO. Revoltados pela falta de compromisso do governo, a diretoria

do sindicato vai realizar, em caráter de urgência, reuniões de mobilização com o máximo possível de servidores do órgão em Goiás, no decorrer desta semana. “Devemos

responder imediatamente, até mesmo com paralisações se necessário”, afirmou o presidente do Sintsep/GO, Ademar Rodrigues.

O anúncio de que o PCCin não seria levado adiante foi dado no último dia 27, em reunião no Ministério do Planejamento, que contou com a presença do diretor de

administração da Funai, Celso Alberici e do companheiro representante do Sintsep/GO e servidor da Funai em Goiás, Eronildo Cavalcante. Para a Condsef, que também

participou da reunião juntamente com representantes da comissão nacional de servidores do órgão, a atitude é inadmissível, já que o Planejamento havia assegurado que

as propostas apresentadas seriam honradas. Uma tabela havia sido apresentada à categoria em 2007 e precisava apenas de ajustes.

Diante desse impasse, uma nova reunião deve acontecer entre os dias 7 e 11 de abril. Em seguida, a Condsef vai convocar uma plenária nacional do setor para se discutir

ações no sentido de agilizar o processo de negociações com o governo.

Em concordância com o pensamento da Condsef, a direção do Sintsep/GO acredita que o momento exige reação rápida dos servidores em todo o Brasil. Assembléias devem ser

realizadas nas próximas semanas para que a categoria possa definir até por uma possível mobilização para fazer com que o governo garanta o compromisso que assumiu com

os servidores da Funai. “Não vamos aceitar o desprezo do governo e da direção do órgão. A Funai não pode ser colocada à margem desse processo”, afirmou o diretor da

Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva.

Divergências internas
A justificativa do governo de que o recuo teria ocorrido por divergências internas, que “tornaram a implantação da carreira indigenista impossível neste momento” não

convenceu os trabalhadores. “O debate para implantação do PCCIn já vem ocorrendo há mais de cinco anos, tempo para que qualquer obstáculo interno fosse superado. Falta

mesmo é vontade política”, aponta Ademar.

De forma contraditória, o Planejamento assegurou que as negociações sobre a carreira da Funai vão continuar. Mas, por enquanto, a categoria segue lotada no Plano Geral

de Cargos do Poder Executivo (PGPE), e será contemplada pela tabela apresentada para esse setor.

Para a direção do Sintsep/GO, essa atitude do governo é um recado claro de que os servidores não devem se desmobilizar. “Embora muitos acordos tenham sido aprovados, e

isso tenha significado uma resposta aos anseios de várias categorias, não podemos perder de vista o foco da luta. Não adianta aprovar acordos para uns, e deixar outros

de fora, ou beneficiar esta ou aquela categoria, em detrimento de outras. Assim como não adianta avançar em determinados aspectos, deixando à margem da discussão

questões igualmente importantes, como a situação absolutamente desigual dos aposentados, por exemplo. É preciso interpretar as ações do governo, que dá de um lado e

toma de outro, dividindo a força e a ação dos trabalhadores. É justamente essa união, a partir dessa visão mais ampla – de classe trabalhadora – que não podemos

perder”, avaliaram os diretores.

Fonte: Sintsep/GO com Condsef