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O estresse causado pelo trabalho pode chegar a n�veis muito elevados, a ponto de se tornar uma doen�a – a s�ndrome de burnout. O termo � utilizado para classificar um comportamento autodestrutivo, no qual o funcion�rio violenta a pr�pria sa�de no exerc�cio profissional. De acordo com a International Stress Management Association (isma-BR), 30% dos trabalhadores brasileiros est�o no limite do estresse, com s�ndrome de burnout. Pessoas que apresentam essa doen�a s�o como uma vela, comparam os m�dicos: ao mesmo tempo em que iluminam o ambiente de trabalho com seu esfor�o produtivo acabam se desgastando at� apagar.

� f�cil identificar um funcion�rio com burnout. Ele � aquele funcion�rio que se irrita com facilidade, alterna momentos de agressividade e depress�o, s� reclama da vida, acha que tudo vai dar errado, n�o se envolve com os projetos da empresa, vive exausto e est� sempre prestes a desmoronar.

Quando o funcion�rio se debate internamente para executar suas fun��es – seja por n�o ser vocacionado para o trabalho ou por ter de fazer as coisas de uma maneira distinta daquelas que gostaria – vai minando suas for�as e apagando o brilho inicial.

A s�ndrome se diferencia dos outros quadros de tens�o por ter como fator causador o estresse gerado entre as rela��es interpessoais no ambiente de trabalho. Por isso, acomete mais os profissionais da �rea da sa�de, seguran�a e educa��o. Os m�dicos ressaltam que quem trabalha sozinho, sem necessidade de interagir com colegas ou clientes, pode at� se estressar, mas nunca ser� uma pessoa com s�ndrome de burnout.

Para chegar ao ponto de apresentar um quadro de burnout, o trabalhador j� deve ter passado por v�rias fases. E os sintomas que antes pareciam pouco relevantes, como simples irrita��o e dor de cabe�a, acabam se transformando em problemas de grandes dimens�es.

Ana Maria Rossi, diretora da Isma-BR, admite que � dif�cil identificar precisamente o burnout. Mas sugere que as empresas trabalhem para evitar que essa doen�a acometa seus funcion�rios. “Os gestores devem ficar atentos ao comportamento dos funcion�rios e � sua pr�pria postura, porque a atitude do chefe influencia muito na qualidade de vida da equipe”, adverte Ana. Aumentar o controle que cada profissional exerce sobre sua atividade tamb�m � uma forma de aliviar press�es e promover um clima mais saud�vel.

Menos chance de ser promovido
Trabalhar demais, viver sob press�o, estar sempre tenso e sem tempo para cuidar de si mesmo � um comportamento que parece se encaixar perfeitamente no estere�tipo do executivo de sucesso. Mas pesquisas m�dicas mostram que, na pr�tica, n�o � bem assim.

Para os estressados de carteirinha, portanto, segue um aviso importante: o estresse faz mal � carreira. Ele provoca uma queda de at� 50% no rendimento do trabalhador. “Al�m disso, o estresse torna o profissional mais desatento, mais suscet�vel a erros e mais descontrolado emocionalmente, prejudicando seu relacionamento com as pessoas e podendo atrapalhar seu processo decis�rio”, resume Caio Soares, diretor m�dico da operadora Omint e coordenador de uma pesquisa sobre a sa�de dos trabalhadores, realizada com 12.057 executivos.

O profissional estressado tamb�m costuma faltar mais ao trabalho. E, quando vai, parece n�o estar l�, j� que a cabe�a ficou longe. “Com tudo isso, a carreira do funcion�rio pode ser afetada, colocando em risco promo��es e o futuro profissional”, diz Soares.

A pesquisa da Omint mostra ainda que o estresse est� por tr�s de muitas das doen�as que os trabalhadores apresentam. Tudo porque ele induz a um comportamento perigoso, em que o funcion�rio se alimenta mal (95,83% dizem n�o conseguir manter alimenta��o equilibrada), n�o tem tempo nem disposi��o para praticar exerc�cio f�sico (43,61% s�o sedent�rios) e ainda fuma para aliviar a tens�o (12,88% ).

E funcion�rios doentes trazem preju�zo �s empresas. Uma estimativa International Stress Management Association (Isma-BR) indica que as empresas perdem cerca de R$ 90 bilh�es por ano com faltas, baixa produtividade e gastos com a sa�de dos estressados.

Mas a quest�o � que, muitas vezes, o problema come�a justamente no ambiente corporativo. � o exerc�cio da fun��o uma das principais causas de estresse dos profissionais. Uma pesquisa da Isma-BR revela que 70% dos funcion�rios brasileiros afirmam apresentar algum n�vel de estresse.

Fonte: Jornal O Popular (23/08/10)