Retirada de direitos sociais e reajuste aquém do merecido são condição imposta pela empresa pública para assinatura do novo ACT. Prorrogação do documento vigente encerra em 30 de junho

O diálogo entre diretoria e categoria de trabalhadores da Ebserh está cada dia mais arisco. Após uma série de reuniões sem avanço referente à proposta de novo ACT (2019/2020), representantes da empresa se encontraram com dirigentes sindicais na última quinta-feira, 11, e apresentaram proposta que altera cláusulas do acordo atual. Pelo plano da Ebserh, a sugestão é cortar dos empregados direito ao abono de dois dias e direito ao acompanhamento de familiares em questões médicas, além de oferecer um percentual de reajuste abaixo do esperado, que representa 40% do INPC, ou seja, 1,576% de reajuste acima do salário. Benefícios não teriam ajuste. A proposta passaria a valer a partir da assinatura do ACT, não da data base, o que exclui a possibilidade de pagamento retroativo.

Participaram da reunião representantes da Ebserh, da Condsef/Fenadsef e empregados da empresa de diferentes Estados brasileiros. Questionada sobre motivos para o corte do abono e alteração da cláusula de acompanhamento familiar, a diretoria da Ebserh afirmou que algumas consultas eletivas são marcadas para dias de plantão dos trabalhadores. Representante da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) contra argumentou, entretanto, que as consultas agendadas pelo SUS e por algumas empresas de assistência complementar não permite escolha de horário, mesmo sendo eletiva. Dessa forma, foi ressaltada a importância da manutenção das cláusulas do ACT vigente. 

O Secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva, afirma que existe unanimidade entre a categoria de recusar a retirada de direitos conquistados no passado. “As propostas são inaceitáveis, querem retirar cláusulas sociais. Caso não aceitem nossas ponderações, vamos iniciar uma série de atividades para mobilização geral dos empregados. Ponderamos a direção da empresa que avalie com muito cuidado as propostas dos empregados, pois estamos tentando diálogo, mas a Ebserh nos colocou em um impasse que nos parece que só será resolvido com mobilização”, manifestou. Uma nova reunião entre as partes está pré-agendada para primeira semana de maio, quando a empresa se comprometeu a apresentar resposta às exigências dos trabalhadores.

Representante dos empregados da Ebserh no Estado do Ceará, Andréa Quintela esteve presente na quarta rodada de negociação com a empresa e também criticou a postura dos diretores. “A desproposta da empresa foi rejeitada por unanimidade em todos os Estados. O que nós queremos é manter as cláusulas do nosso acerto atual, sem nenhuma retirada de direitos, negar a proposta oferecida de reajuste de 1,57% sem retroativo. Os Estados estão todos mobilizados. O recado foi dado de uma possível paralisação”, comentou.

Renovações
No final de fevereiro, diante da dificuldade de se discutir as cláusulas do ACT 2019/2020, foi assinado aditivo ao acordo vigente que garantia 30 dias de prorrogação de sua validade. Vencido o prazo, em março passado, empregados garantiram a assinatura de documento para mais uma prorrogação, desta vez por 90 dias. Até 30 de junho, trabalhadores têm segurança e tranquilidade de que seus direitos serão garantidos. Após esta data, a previsão é incerta e a mobilização de todos se faz necessária.

Com informações da Condsef/Fenadsef