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Ministro insiste em tirar a saúde indígena das atribuições da Funasa. Seu partido, o PMDB se dispõe a “engolir” esvaziamento da Funasa, mas considera demissão de Forte uma “afronta”

Depois de receber sinais de aprovação do Planalto, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, avisou ao PMDB que não admite que sua autoridade seja contestada pelo partido e marcou audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, amanhã (20), para pedir a cabeça do presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Danilo Forte. Acuado pela cúpula peemedebista da Câmara, que ameaçou retirar-lhe o apoio depois das críticas à “corrupção” e à “baixa qualidade” dos serviços da Funasa, Temporão quer dar o troco.

Na tentativa de baixar a temperatura da crise, o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), levou o líder da sigla na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), para uma conversa com o ministro da Saúde ontem. O produto do encontro foi “um recuo estratégico”. A situação agravou-se com o apoio do PT e de setores do Planalto ao ministro, despertando a solidariedade de Lula. Petistas e governo se irritaram com peemedebistas que pediram a degola do ministro. O deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE), por exemplo, subiu à tribuna para defender a demissão de Temporão.

Tensões à parte, Temer e Alves deixaram o ministério anunciando um acordo com o ministro. Além da cabeça de Danilo Forte, o ministro insiste em tirar a saúde indígena das atribuições da Funasa. O PMDB está disposto a “engolir” o esvaziamento da fundação, mas avisou ao ministro que a demissão de Forte será considerada “uma afronta ao partido”.

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo