Condsef compara propostas para setor público dos candidatos ao 2º turno
Ainda no 1º turno, em agosto, a Confederação enviou carta a todos os 13 candidatos ao cargo de Presidente com propostas do setor público. A entidade recebeu resposta apenas do candidato Fernando Haddad
A Condsef/Fenadsef divulgou comunicado aos servidores e empregados públicos federais de sua base onde traz um quadro comparativo de algumas das propostas dos candidatos à Presidência da República nesse 2o turno. A entidade, que representa 80% dos servidores do Executivo, a maior da América Latina, buscou informações dos programas de governo disponíveis no TSE e também de declarações públicas feitas pelos candidatos e divulgadas amplamente em diversos veículos de comunicação.
Ainda no 1o turno, em agosto, a Confederação enviou carta a todos os 13 candidatos ao cargo de Presidente com propostas do setor público. A entidade recebeu resposta apenas do candidato Fernando Haddad que agora disputa a preferência dos eleitores brasileiros com Jair Bolsonaro.
Na carta destinada à Condsef/Fenadsef, Haddad se compromete com a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95/16, que congela investimentos públicos por 20 anos, e é considerada altamente nociva para o setor público. Haddad destaca que pretende suspender a política de privatização de empresas estratégicas para o desenvolvimento e soberania nacional. Na carta à Confederação Haddad ainda fala sobre a intenção de qualificar setor público com concursos, conter a privatização e a precarização do setor investindo na profissionalização e valorização do servidor.
Outro ponto de seu plano de governo trata da defesa do SUS e continuidade da luta por sua implantação como direito social de todo o povo brasileiro e dever do Estado. Cita o aumento progressivo de recursos para setores como a Cultura, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Pesca e outros. A retomada de recursos dos royalties do petróleo e do Fundo Social do pré-sal para saúde e educação também aparece como preocupação.
Bolsonaro dá declarações polêmicas
Já Bolsonaro votou a favor da EC 95/16 enquanto deputado. Seu partido, PSL, foi considerado o mais fiel ao projeto de Michel Temer, marcado pelo ataque a direitos da classe trabalhadora. Bolsonaro tem dado declarações polêmicas sobre o setor público. Recentemente classificou de xiita o que chamou de “indústria de multas” do Ibama e ICMBio. Os servidores reagiram com uma carta de protesto.
Não só Bolsonaro. Seu vice, general Mourão declarou ser favorável à demissão de servidores concursados. Seu economista Paulo Guedes já declarou que quer “privatizar tudo”. O programa de governo de Bolsonaro cita a Conab, a Valec e a EPL como empresas públicas de “gasto altíssimo e retorno não vantajoso”. Além disso, há intenção de fundir ou extinguir ministérios. Há um entendimento, inclusive, de que o Ministério do Trabalho e Emprego obstrui a economia.
Em outra declaração polêmica, Bolsonaro reeditou Fernando Collor em uma entrevista a TV Bandeirantes. Nela o candidato classifica o setor público como “fábrica de marajás” e que são os servidores o“grande problema” da Previdência do Brasil.
Baixe aqui o material com quadro comparativo entre os candidatos.
Fonte: Condsef