Foram realizados atos públicos na Esplanada dos Ministérios, em frente à Ebserh e na Câmara dos Deputados, em defesa do reajuste de 19,99% e da PEC 101 (plano de saúde para os intoxicados)

31-5_foto1Aproxima-se 2 de julho, data limite para o governo Bolsonaro enviar ao Congresso Nacional a recomposição salarial para os trabalhadores do serviço público federal. Por isso, para pressionar os parlamentares e o Executivo foi realizado nessa terça-feira, 31/5, em Brasília, mais um Dia Nacional de Lutas. Segundo a presidenta do Sintsep-GO, Márcia Jorge, a data foi marcada por várias atividades, como atos públicos na Esplanada dos Ministérios, em frente à Ebserh e na Câmara dos Deputados, em defesa da PEC 101 (PEC dos Intoxicados).

A primeira atividade do dia foi uma caminhada na Esplanada dos Ministérios, cuja concentração começou às 9 horas. Os servidores regidos pelo regime Jurídico Único (RJU) foram ao Ministério do Planejamento cobrar uma posição do governo a respeito da pauta de reivindicações do setor, entregue ao governo desde janeiro. Infelizmente, “nenhum sinal de fumaça”, como destacou o secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo.

Dentre os itens reivindicados pelos RJUs está a recomposição salarial de 19,99%, referente à inflação acumulada entre 2019 e 2021. Considerando os primeiros meses do ano, o índice seria ainda maior, já que a inflação no governo Bolsonaro encontra-se descontrolada.

Por volta do meio-dia foi realizado um ato público em frente à sede da Ebserh, em Brasília. Dessa vez, encabeçado pelos trabalhadores da empresa pública. A data-base da categoria foi em 1º de março, mas até agora não foi resolvido ainda nem o acordo coletivo do ano passado. É que a direção da Ebserh propõe retirada de direitos. Como resultado da mobilização, a direção da empresa pública agendou uma reunião para esta quarta-feira, 1º de junho.

À tarde, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, mais um ato público pela valorização dos servidores e serviço público foi realizado. Logo depois, às 17 horas, os servidores foram até o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), solicitar a constituição da Comissão Temporária Especial, necessária para dar andamento ao Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 101/2019, que dispõe sobre a concessão de Plano de Saúde aos servidores da extinta Superintendência de Campanhas de Saúde Pública – SUCAM, que manusearam o inseticida Dicloro-Difenil-Tricloroetano – DDT.

Lira afirmou aos servidores que dará andamento ao processo. Mas, para aumentar a pressão e tentar garantir que isso irá ocorrer, de fato, os servidores criaram na manhã desta quarta-feira (1/6) uma comissão nacional, que irá acompanhar os trabalhos diretamente junto ao Congresso. Comporão a referida comissão três servidores de cada um dos seguintes estados: Goiás, Rondônia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e Maranhão.

Para Márcia Jorge, as atividades ocorridas nesta terça-feira e quarta-feira, em Brasília, demonstram não somente a força dos servidores, mas a resistência ao desmonte público que tem sido sistematicamente promovido pelo atual governo. “Além da desvalorização salarial e do desrespeito ao nosso trabalho, às nossas carreiras, não há concursos. O Brasil passa por um momento de precarização dos serviços públicos e de miséria, contra o qual nós devemos lutar diuturnamente. O reajuste não é nenhum benefício, é obrigação, após tantos anos sem reposição”, avaliou a presidenta.

Sintsep-GO com Sindsep-PE