dieese mpt e centrais sindicais alertam para as mazelas das reformas de temer
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Ocupa Brasília, nesta quarta-feira (24), deve atrair ainda mais pessoas após delações da Friboi
“A mídia e a propaganda governista está tentando iludir a população. As Reformas da Previdência e Trabalhista não trazem qualquer avanço para a classe trabalhadora. Pelo contrário. Trata-se de uma massiva retirada de direitos”. A declaração é da coordenadora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em Goiás, a economista Leila Brito.
Leila, a procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO), Janilda Guimarães de Lima e o representante do Fórum Goiano Contra as Reformas da Previdência e Trabalhista, Raílton Nascimento Souza deram na manhã desta sexta-feira (19), uma entrevista coletiva no auditório da Rádio Universitária/UFG sobre as reformas e o Ocupa Brasília, evento que pretende reunir milhares de pessoas na capital federal na próxima quarta-feira, dia 24, para exigir a renúncia do atual governo e Diretas Já!
A coordenadora do Dieese salientou que as reformas se dão em um contexto de crise econômica e política. “Nesse momento a classe trabalhadora está fragilizada. Temos um contingente de 14 milhões de desempregados”, pontuou. Leila foi categórica ao afirmar que a Reforma Trabalhista não veio para modernizar a legislação. “É o inverso. Está repleta de instrumentos que precarizam o trabalho. Ela fortalece o mais forte (o capital) e enfraquece o mais fraco (trabalhador)”.
Sindicatos
Leila abordou ainda a prevalência do negociado sobre o legislado. “Nada mais é que redução de direitos, sejam individuais ou coletivos. E para negociar, nem precisa ser sindicalizado. Logo, tira dos sindicatos o poder exclusivo de representação de determinada categoria. Se a Reforma Trabalhista for aprovada, direitos e salários poderão ser reduzidos livremente”, alertou.
Ao falar sobre os contratos precários de trabalho, a economista se deteve no chamado contrato intermitente, que, a seu ver, devia se chamar escravagista. “O trabalhador fica à disposição da empresa, não recebe por isso e se quando chamado não puder comparecer, ainda tem de pagar multa”, criticou.
Contrato de trabalho
Para a procuradora-chefe do MPT-GO, Janilda Guimarães Lima, o contrato de trabalho está sendo destruído pela Reforma Trabalhista. “Era ele o instrumento que tentava manter mais justa a relação entre patrão e empregado”, salientou.
Janilda afirmou que as reformas são inconstitucionais e trazem violações seríssimas aos direitos dos trabalhadores, além de não melhorar a competitividade das empresas. “O trabalhador fica impedido de consumir, já que não mais poderá fazer planos para o futuro”, declarou. Para ela, essa reforma está voltando ao Código Civil de 1916. “Diminuir o intervalo entre as jornadas de trabalho e aumentar essa jornada é desencadear acidentes de trabalho em série”.
Ocupa Brasília
Raílton Souza, que também é presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro), observou que a resistência às reformas vão unir o Brasil contra o atraso. &ldquldquo;Vamos ocupar Brasília (DF) na quarta-feira (24) e exigir a renúncia do presidente golpista Michel Temer. Precisamos de eleições diretas já. Ainda mais agora, após as delações da JBS Friboi. O povo brasileiro não pode aceitar ser governado por um presidente que comete ilícitos em série”, declarou.
O sindicalista aposta que o Ocupa Brasília vai atrair um número ainda maior de manifestantes diante do último escândalo, protagonizado pela delação da JBS Friboi, que coloca no centro do tráfico de influência e propinoduto o próprio presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB). Se você também quer levar sua indignação à capital federal, entre em contato com a Central Única dos Trabalhadores em Goiás (CUT – Goiás) para garantir um lugar nos ônibus. O telefone é (62) 3224-0169.
Fonte: CUT-GO