Presidente nacional da CUT visita sede do SINTSEP-GO e reafirma compromisso da Central com a luta dos servidores públicos federais

O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores, Sérgio Nobre, visitou a sede do SINTSEP-GO, na manhã desta quarta-feira, 27 de março. Ele foi recepcionado com um café da manhã pela direção da entidade, junto com representantes de outros sindicatos, além da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar – FETRAF-GO.

Sérgio abriu sua fala ressaltando a importância da vitória do presidente Lula nas eleições de 2022, e do quanto o cenário seria “sombrio” para o Brasil, caso não tivesse havido a alternância de poder, com a vitória da aliança popular democrática de centro-esquerda que reconduziu Lula ao poder pela terceira vez, e que foi sustentada pela força das instituições, em especial o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF).

“Nosso papel agora é de reconstruir. Infelizmente essa vitória é bastante diferente da de 2002, quando pegamos o país organizado. Em 2022 nós pegamos os serviço público em frangalhos, órgãos sucateados, servidores desmotivados, dívidas e uma polarização sem precedentes na nossa democracia”, analisou Nobre.

Apesar de compreender as dificuldades, a direção do Sintsep-GO não passou a mão na cabeça, e expôs ao presidente da CUT que a falta de negociação do governo Federal com as categorias dos servidores que recebem os menores salários, e a proposta de não reajuste para 2024, coloca as entidades numa situação muito difícil.

“Além das dificuldades financeiras, fruto da época Temer/Bolsonaro para o movimento sindical, temos o arrocho dos servidores. O servidor que mais se esforçou para a vitória do presidente, nesse momento, está sendo mais penalizado, enquanto categorias que foram até contrárias, já têm acordos fechados. Você tem acesso ao presidente, você pode mostrar para ele que essa situação, além de injusta, é péssima em todos os sentidos”, desabafou o secretário-geral da entidade, Alexandre Coutinho.

A presidenta da entidade, Márcia Jorge, ponderou que, de fato, é necessário que o governo dê ao funcionalismo sua cota de valorização, tendo em vista seu papel fundamental na execução das políticas públicas para a população, considerando que são sete anos com déficit salarial. “Não é aumento, é reajuste, é manutenção do poder aquisitivo, não é ganho real. Reajuste salarial é direito do trabalhador, conforme está na Convenção 151, cuja aprovação, inclusive, é fundamental para nós”, considera.

O tesoureiro do Sintsep-GO, Ademar Rodrigues, solicitou também ao presidente da Central Única uma ação mais enérgica da entidade junto ao governo para barrar a PEC 32, o projeto da reforma administrativa que, na verdade, representa o desmonte do serviço público brasileiro. “O Lira está novamente colocando esse projeto em pauta. Não adianta o governo trabalhar em novas perspectivas de financiamento para os sindicatos, ou investir na valorização dos servidores, se esse projeto passar. Ele é uma pá de cal no Estado, tal qual nós o conhecemos. Então, tem que ter energia, empenho, em retirar esse processo da pauta e arquivar”, destacou.

A diretora de Aposentados e Pensionistas do Sintsep-GO, Maria Cleuza Carneiro, solicitou ainda a Sérgio Nobre apoio à luta dos servidores do Incra e MDA (carreira agrária), que lutam pela reestruturação de suas carreiras. “Queremos que o presidente da CUT fortaleça nossa interlocução com o governo Federal, com o Ministério da Gestão e Inovação, para que as carreiras agrárias não sejam deixadas para trás, nos processos de negociação que já alcançaram tantas outras carreiras também importantes, como Funai e Ibama/ICMBio. Nosso trabalho é complementar ao deles e tão importante quanto”, afirmou  a dirigente, que também é servidora aposentada do órgão. 

O presidente nacional da CUT, ao final da visita reforçou o apoio da central à luta dos servidores públicos federais: “Esse país só tem futuro se a gente fortalecer as estruturas do Estado, as nossas estatais, o Serviço Público, com os trabalhadores e trabalhadoras bem remunerados. A CUT assume o compromisso com os servidores públicos. Estamos juntos na luta. Conte com a gente na luta”, enfatizou Sérgio Nobre.